07 dezembro 2003

Assim se fala em bom portugês

Caros leitores! Após um pequeno interregno cá estou eu de volta para escrever mais uns posts para mais tarde recordar. Esta pausa deveu-se a uma necessidade de acumular experiências de vida e de introspecção, de encontro com o meu alterego (o Freud, Sigmund para os amigos, explica isto melhor).

Pois é, pois é, hoje vou falar de português! Isso mesmo de português! Todos nós vemos televisão, e todos nós esperamos que a televisão, pelo menos a do serviço público se é que ela ainda existe, nos ensine alguma coisa de útil. Mas não!!! Para além de só dar mortes e roubos e guerras e violência e aqueles casos de pessoas com doenças raríssimas que nos tiram logo o apetite, e os fogos e números de solidariedade e prédios que desabam e tudo o pior existe no mundo, sim porque informar é dizer o que está mal não é mostrar o se faz bem para os outros seguirem o exemplo; para além disso ainda nos prendam com um português de primeiríssima água! Profissionais meus amigos, profissionais de comunicação! Colegas (sim porque eu também sou dessa área e de vez em quando, para mal dos meus pecados, vou dando uns erros mas errar é humano por isso... adiante), onde é que os senhores aprenderam a falar e a escrever? Com todo o respeito pela profissão mas parecem pedreiros e não jornalistas. O que vale é que eu levo isto para a brincadeira! “A gente vemos cada coisa!”. “Eu só espero que a gente consígamos mudar para que póssamos evoluir pá!”. Todos os dias, todos os dias sem excepção o português é, violentamente, assassinado sem dó nem piedade! O Camões deve dar cada volta no túmulo!

Levem isto com ligeireza, tipo crítica construtiva (quem sou eu para apontar o dedo. Atire a primeira pedra quem nunca pecou.) O que eu não admito é que no meio de tanta asneira ainda pensem que são donos de uma retórica excepcional e que dominam por completo a nossa língua, que por sinal é das mais difíceis de falar e pior é quando é para falar bem. Já dizia o outro « Conhece-te a ti mesmo!»

Eu estou a falar de televisão mas o mesmo se aplica à rádio e aos jornais. Eis algumas das expressões mais comuns: “ quaisqueres, portantos, prontos, vemos-se, encontramos-se, muitas das vezes, houveram, há-des”. Eu até percebo a parte dos verbos, é mais fácil não ter que fazer a concordância com o sujeito, por isso o pronome é sempre o mesmo. Muito mais fácil. O verbo haver é impessoal por isso independentemente do sujeito ser singular ou não utiliza-se sempre a forma “houve”. E agora eu não saía daqui, leiam as gramáticas e não se envergonhem desnecessariamente nem envergonhem a língua portuguesa.

E ASSIM SE FALA EM BOM PORTUGUÊS!

PS: Não imaginam como é difícil escrever bem! A correcção ortográfica dá sempre sinal quando estamos a escrever bem! Os computadores são mesmo nossos amigos!
PS2: Peço desculpa por qualquer tipo de erro. Se o fiz, agradeço que o corrijam para que eu possa ir aprendendo.
PS3: Obrigadinhos pá!!!!